26 de maio de 2011

Confesso


Confesso que eu não sei amar. EU NÃO SEI AMAR! Mas sei gostar demais, cuidar demais, me preocupar demais, tudo em overdose. Encontrei no não a maneira de me defender e me manter forte. Sempre fui assim. Ridícula, esdrúxula, escória, escrava. Nunca rainha, nunca sangue azul, nunca princesa. Confesso que sou um labirinto. Confesso. Me pareço com aquelas cartas gigantes, chatas, cheia de erros, muito complicadas. Confesso que desconfio de cada olhar, cada lágrima. Eu vejo tanto sentimento falso que os verdadeiros começam a não fazer sentido. A mediocridade apodreceu de vez todo, e qualquer brilho de qualquer olhar. Confesso que não espero nada do tudo. Não mesmo. Verdades não passam de dúvidas, e mentiras são inacreditavelmente sinceras. Falar verdades em tons de brincadeira pode ser engraçado pra quem ouve. Mas no fundo, - e nem precisa ser tão fundo assim -, é sério, é real, surreal, ideal!

Os insetos interiores

20 de maio de 2011

À flor da pele






A flor da pele eu me descamo em palavras que não sei expressar. Logo eu, apegada a cada letra escrita feito molécula de oxigênio que o coração precisa pra pulsar. Tentei fugir daquele olhar, que secou minhas palavras. Por que se antes tudo parecia assunto agora o toque é apreciação. Procurei no dicionário da vida um nome pra definir o que eu estava sentindo. Não achei. Está em falta nomes que caracterizam sentimentos. Pois nem todo sentimento bom é amor. E nem todo sentimento ruim é ódio. Agora uma história pra dormir. Ou melhor, um sonho que se sonha acordada ainda antes de dormir. Era uma vez um sonho. Era um sonho amarelado, amarelado pelo tapete amarelo, pela luz das velas amarelas, era o escuro da noite, o reflexo da lua e o vermelho do vinho. O vermelho do sangue de quem se entregava pelo olhar, pelo hálito quente que sussurrava uma palavra perdida no vermelho, no calor, no delírio. Um dia esse sonho virou realidade, e naquele exato momento eu não pude mais conter as palavras que viriam sair de mim desde então. Aquele olhar em mais uma tentativa de sucesso, secou meu vocabulário, e se não me engano eu falei tudo que tinha pra falar... Ando tão desnorteada que nem me lembro pra onde olhei. Era tanta pele, era tanta boca, tanto sorriso que eu me perdi num paraíso que só eu conseguia ver. Deste momento eu só me lembro mesmo que foi dito. O que foi dito e se foi compreendido? Bem, eu não sei. Ando tão a flor da pele que tento distrair o coração com a respiração, mal sabendo ele que estou prestando atenção até mesmo pra respirar. Ah emoção, porque tu não te casas com a razão?