29 de março de 2011

ATENÇÃO!




Drama na cama da dama do rei de Lótus. Criptograma da fama na lama. Miligramas, decigramas e diagramas, da cocaína que matou de overdose os ídolos de uma geração de hologramas que jamais puderam existir... Caminharam por uma estrada feita de história sofrida, e suor derramado. Engrossaram a camada pélvica da civilização com a soberba, o tédio e o cinismos de uma nova era de jovens com ídolos de borracha, fechados nos cheiros e nos sabores da mediocridade. Trancados em um jogo de futilidade tentando fingir melhor quem são de verdade. Já não se tem mais certezas sobre onde é o fundo do poço, pois a cada amanhecer uma nova surpresa vem nos assombrar nesse mundo perdido de meu Deus. A alegria mora aqui, a tragédia também. A fome a miséria e o carnaval. Na copa do mundo, o mundo pára. No país do futebol o roubo é feito na cara. Baralhos de um poker sujo de belos homens de gravata fazendo da política um rodízio de pizzas sem fim, onde quem paga pela massa é o cidadão que pobre de si, vê o parlamentar todo pomposo declamando em seus discursos proferindo citações filosóficas chegando a ser religiosas. O bando de "bois" ouvem. Atentos, tentam. Curiosos, prestam. Mas não conseguem entender, são ignorantes funcionais que não conseguem captar uma palavra do que lhes são ditas. Pobres coitados os eletrons de cada célula possuinte de ideias mal formadas, cadeias mal alimentadas de uma fome eterna. Meus heróis morreram de overdose, e eu nasci em uma época errada. Isso é fato. Meus heróis podem até mesmo terem sido mal escolhidos. Mas os heróis da nova juventude inquieta no meio da tecnologia camputadorizada, internetizada, electrizada e não menos que mal amada, estão intoxicadas pela poesia da transgressão e pela falta de intelectualidade abusada por cada ser não pensante. Holocausto animal, vegetal ou canibal... Holocausto mental!

27 de março de 2011

Hoje é dia de utopia


Dois anos depois e olha só nós aqui. Eu e você, você e eu. Nós 5 juntinhos.
Andei meio atrasada para postar minhas felicitações. Afinal o que não tem faltado nesses últimos dias são os movimentos inversos mentais pela total falta de gravidade no consciente. Então. Este ano foi tão, mas tão... Como é o nome mesmo? Pois é, foi assim. Conturbado. A ponto de atingir a minha memória de elefante em cheio. Ora bolas, que paradoxo não?! Hoje eu não vim aqui falar de dor, nem de tristezas e muito menos de decepções. Lógico que não vou manchar a tradição do blog assim sem mais nem menos. Pois bem. Hoje eu queimei a ponta do meu dedo médio no óleo quente (isso é o que dá inventar de cozinhar). Vou falar da dor que senti no dedo. Queimou, queimou, queimou e queimou claro, o óleo era quente. Eu podia ir correndo lavar em água fria. Ou então gritar feito louca histérica por causa daqueles respingos. Mas ao invés disso eu pensei entre eu e mim... E aquelas histórias de pessoas que maltratam os animais jogando em óleo quente, se eu com uma gotinha de nada no meu dedo médio senti o que senti. Imagine eles que são mergulhados em panelas enormes de óleo só pra satisfazer o prazer de algum psicopata (diga-se de passagem)? Meu Deus. Que dor insuportável eles devem sentir! Sentei na cadeira e pensei, pensei e pensei. Acabei deixando os bolinhos queimarem, ou melhor, torrarem, fica mais sincero dizer assim. Por alguns segundos da minha noite chuvosa senti por eles. Uma besteira minha pensar nisso numa hora dessas. Que pessoa em sã consciência ia pensar em animais que são mergulhados e maltratados enquanto sente uma dor física? É claro, o elfo que vive no planeta terra sim. Um alien sem evolução, achando que tudo é sentimento e razão. E foi assim que eu passei esse ano de utopias menos óbvias do que parecem ser. Foi um ano de aprendizado claro. Um ano em que eu me abismei diante da inconsciência humana. Um ano onde cobrar direitos é ser revolucionário. Um ano pensando em estratégias de fazer mudar a mente de algumas pessoas. Um ano tentando fazer com que cegos possam enxergar o que se vê na frente. Um ano tentando fazer analfabetos aprenderem a ler. Um ano vendo múmias mortas diante da sociedade não alternativa. Mais um ano de vida do blog. Algumas pessoas fazem retrospectiva do ano no final do próprio ou em seus aniversários. Eu faço esse tipo de coisa no dia das UtopiasÓbvias. É que eu me vejo nascendo na criação dele. Não sei, mas me apeguei a essa página escura de um jeito que não dá pra explicar. Mesmo não tendo nada pra escrever, ou nada a ser sentido naquele momento, rever textos me faz voltar no tempo feito máquina. É bom ver onde estou e onde eu já estive. Tudo que aqui escrito, foi vivido por mim. Foi sentido por mim. Essa é a parte negra do meu coração, é a melhor parte. A escola da vida real criada por mim mesma. E ao contrário do que eu sempre faço por várias vezes, hoje não mais que ontem, eu não vou agradecer a ninguém. Hoje eu vou parabenizar a todos vocês. Que lêem, que comentam, que me param em algum lugar pra falar dele. A você que por algum momento pensou: - Essa menina tem um parafuso a menos. Ou então: - Ela deve ter depressão, ou então deve esta louca mesmo. Vocês, todos vocês fizeram com que eu seguisse em frente, não com o blog, mas com minha própria vida. Parabenizar aos tropeços que o destino me deu, aos anjos que caíram do céu só para me acalmar. A essas pessoas que são poucas mas que tem um valor inestimável. Aos elfos, aliens, almas, anônimos. De coração aberto, de verdade. Parabéns a vocês. Parabéns UtopiaObvia.


Depois de ter vivido o óbvio utópico ♪

13 de março de 2011

Um grito!

Eu sinceramente não costumo fazer do blog um “meu querido diário”. Mas eu preciso escrever. E de alguma forma achar um meio de me livrar dessa coisa que eu sinto. Está sendo difícil. Difícil olhar os olhos dessas pessoas com a alma vazia. Difícil não pensar em coisas que de fato me machucam. Eu não acho mais no meu dicionário mental aquelas palavras usadas para enganar a mente de quem lê meus textos. Acho que isso que estou sentindo não permite meu corpo e meu coração a um pensamento mais profundo sobre meus sentimentos. Isso que eu sinto, não é aquela velha e conhecida dor que todos que já passaram por este lugar escuro e com nome de título estranho com certeza já ouviu falar em alguns de meus poucos texto durante a existência do próprio. Eu nunca senti isso na minha vida, mas de uma coisa eu tenho certeza. Não é coisa boa. Não mesmo. Eu não choro. Eu não tenho reações a dor. Ou pelo menos aquela velha dor. Eu simplesmente sinto algo que eu não sei o nome. E então pela primeira vez encontro-me sentimentalmente no meio termo. Logo eu que odeio ficar em cima do muro, olha só onde estou... Hoje eu passei por alguns lugares que fizeram a minha garganta conhecer um nó feito de emoção, eu quase chorei. QUASE! Mas me segurei. E de algum tempo pra cá tem sido assim. Eu estou me segurando para não chorar. Para não gritar. Para não falar verdades, estou me segurando. E com isso sobrevivendo. Acho que essa é a palavra exata a ser dita, SOBREVIVENDO. Quem me conhece sabe qual o tamanho da minha memória. Guardo comigo todos os sorrisos. Todas aquelas palavras meigas e doces que ouvi durante meu tempo de existência. Mas guardo também as gotas das lagrimas que cortaram meu rosto por tantas vezes. E as lâminas que saíram da boca de alguns que dei muito valor. Lembro dos abraços sinceros que dei em cada pessoa que por mim passou, lembro dos meus argumentos ditos a algumas pessoas que se recusaram a acreditar em mim. Lembro de ficar todo o tempo tentando provar quem eu sou de verdade, e quem eu sou de mentira. Lembro de ter desistido das tentativas quase todas falhas. È estranho isso não? Eu tentei provar as pessoas que mais amava e as que eu achava que me amavam também, quem eu realmente era. Irônico isso. Essas pessoas deveriam me conhecer melhor que eu mesma. Lembro de tentar gritando, e de desistir chorando por falta de força. Uma certa vez, numa certa noite eu ouvi uma certa voz. Ela sussurrou ao meu ouvido e em seguida olhou nos meus olhos. Estava escuro e não dava pra enxergar nada, mas eu senti um olhar nos meus olhos. Essa voz era uma voz grossa e ao mesmo tempo falha, essa voz estava sendo cortada por lágrimas em nós não desatados. Essa voz me dizia algo que fincou no meu cerebelo. Aquele desabafo foi a coisa mas linda que a noite proporcionou aos meus ouvidos, aos meus olhos, a minha mente, imaginação, ao meu corpo, a minha pele, as minhas unhas, a raiz do meu cabelo, a minha saliva, minha respiração... Aquela voz por algum tempo me remetia tanta segurança, tanta vontade de... de... bem, eu não sei. Talvez de gritar pela alegria. Talvez de chorar de alegria. Ou simplesmente ficar em silêncio. Só ouvindo, só sentindo. Bons tempos aqueles em que meu blog andava às moscas. Acabo de ouvir essa voz novamente. E... Não sei de novo. Mas... Um novo nó na garganta foi feito. Esse nó tem um gosto de raiva. Tem um gosto de decepção. De indignação. Como pode Deus? Essa voz que me fazia ver o paraíso, me levar ao inferno com uma nota de tom vocal? Como pode isso acontecer assim?! Simplesmente acontece! Finalmente aquelas frases de almas partidas fazem sentido. As coisas ruins, as letras de músicas suicidas matam. O gosto amargo volta. A falta de direção me vem a mente, e então eu choro. Assim, como estou fazendo agora. Chorando, em mais uma tentativa falha de fazer esses sentimentos ruins, estranhos e desconhecidos simplesmente passar pelos meus olhos, e então me livrar disso. Dessa coisa que... Eu não vou culpar ninguém. Não desta vez. Também não vou me culpar. Cansei de ser vítima do destino. Na verdade eu cansei de muitas coisas. Eu só não cansei de sentir. Prefiro sentir coisas boas , claro, mas se for ruim então, que seja. O importante é sentir. Na vida realmente fazemos escolhas. E só agora eu pude por em prática o que eu lia nos livros. Depois de algumas decisões ouvi de algumas pessoas um conselho válido a quem pensa em desistir. É uma pílula de ânimo. Me disseram: “Seja qual for sua decisão, quando chegar o dia de seguir, siga! Siga em frente com a decisão que tomou” Então decidi não olhar para trás. Lembrarei-me claro. Pois nem se eu quisesse me esqueceria. Mas vou seguir de cabeça erguida. Já me levantei uma, duas, três, quatro, mil vezes. E no dia que eu cair e não conseguir mais levantar, todos terão a certeza que estarei morta. E então não haverá mais nada a ser feito. Abri um caminho em minha visão futurista, e acreditem, não esta sendo fácil sentir coisas novas, ainda mais quando essas coisas não são boas. Vou olhar para frente com sangue nos olhos e na alma. Que seja! Estou afim de me testar. Vamos ver até onde eu serei capaz de chegar.





Talvez esse tenha sido o texto mais sincero que eu escrevi até hoje. Sem duplo sentido, sem palavras contraditórias, sem poesias de transgressão. E mesmo que você tenha lido até aqui e entendido tudo que escrevi. Ou simplesmente não me conhece e caiu nesta página escura cheia de coisas estranhas e sem sentido. Mesmo que você não comente. Ou até mesmo que ficou com preguiça e não leu tudo, ou não entendeu nada. Acredite! Você esta me abraçando neste momento. Acolhendo-me com palavras de carinho e superação de algo que eu posso nem ter perdido. Você está sendo um olhar, um calor, um amigo, um irmão. Mesmo que eu nunca te veja. Toque-te. Sinta-te, ou que talvez escute a sua voz. MUITO OBRIGADA. Você esta salvando a minha vida da morte, a minha alma da escuridão, e meu coração do sangramento. É, ta difícil... Muito difícil.... Mas ninguém disse que ia ser fácil.