10 de junho de 2009


É incrível a forma com que a vida insiste em me bater,o mundo vira as costas pra mim em um piscar de olhos, as doses exageradas de álcool já não fazem mais efeito,é como uma droga de pouco prazo o efeito acaba e eu volto a chamada realidade, já não alivia a minha dor como antes,meus pensamentos não são considerados normais nem por mim mesma,e se é verdade que o tempo passa voando por que ele realmente não passa? Estou aprendendo a ser eu mesma todos os dias, me ferrando do melhor jeito possível,crescendo nesse tudo junto.O silêncio já não grita mais comigo, as lágrimas molhadas agora são secas,o mundo ta girando, as pessoas estão mudando,as gírias se atualizando, as músicas se modificando. Mas a dor, ah essa sim continua intacta,indefectível,em seu estado imperfeito,só ela que continua a me seguir,ela não me deixa em paz, ela não quer ver a minha paz. Eu já não sei mais de onde ela vem e nem que droga eu devo ingerir, NADA mais faz efeito, eu ainda estou presa a palavras e atitudes que foram tomadas para me derrubar.Eu ainda respiro o mesmo ar de angústia e desilusão de antes. Você não vai entender, teus ouvidos surdos não vão captar as pausas cada vez mais tristes e longas, nada do que eu disser a você vai ter efeito algum, por que se você quisesse ouvir não seria preciso falar. Quero por pra fora o que pulsa no meu peito,quero gritar e te deixar surdo,quero te bater como você me bateu, quero deixar as mesmas marcas que você me deixou,quero que chore tudo que eu chorei,quero que passe todas as noites em claro que passei. E se não for possível que isso aconteça,então eu desisto do ar que respiro,e desiludo a todos que achar que a vida é justa,vou me enlouquecer,vou pirar, vou morrer, pôr os peixes na gaveta e os talheres no aquário,vou vestir tapetes e pôr as roupas sobre o chão,vou telefonar pra mim mesma e não aceitar a ligação e depois vou garantir ao mundo que as coisas desse modo vão fazer muito mais sentido que o “normal”...