29 de outubro de 2010

É verdade. É a pura verdade.




Jovens, sem nenhuma utopia, caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas sem nenhuma luz, sem nenhuma luz de Fernando Pessoa. Fechados nas sexuais telas da impotência, se masturbam contemplando corpos em decomposição. Norte de minha Fé, onde estavam o beija-flor e o arco-íris na hora do nascimento dessas criaturas? Quantas gotas de flor restam nos corredores dos céus de vossas bocas? Quais fontes clamam por seus nomes? Eu entrando na virtuosa idade e eles entrando em idade nenhuma. Os filhos da morte burra cheiram o branco pó da anemia, esqueceram que um dia tocaram na poesia da transgressão em pleno ventre de suas esquecidas mães. Esqueceram de colar o ouvido ao chão para ouvir as ternas batidas do coração das borboletas. Os filhos da morte burra, jamais levantam uma folha para conhecer o labor dos insetos. Jamais ergueram taças ao luar para brindar a vigorosa lua. Os filhos da morte burra, desconhecem ou nunca ouviram falar em iluminação. Apenas abrem a boca para vomitar.

Edu Planchêz


20 de outubro de 2010

Inenarrável




Expressar o amor, a solidão, e o sofrimento em simples gotas de lágrimas derramadas ao ouvir tais músicas. Mesmo que esteja debaixo de minha pele, de repente aquele velho truque de emocionar. Nos últimos 4 anos vocês passaram de músicos, á psicólogos de madrugadas mal dormidas. Não pense que não tentei descrevê-los por várias vezes, mas as tentativas foram em vão. Separar cada influência musical, em cada canção dos Los hermanos é como experimentar um perfume e dizer cada ingrediente que ele contém. Los Hermanos envolve, inunda oceanos, alivia a dor. Algo construído para não ser ouvido, mas sentido, agregado sem rapidez. Aquelas lágrimas poderiam dizer tudo que tinha pra ser dito. Mas não, não foram suficientes. Los Hermanos é inspiração que encharca a pele a cada tom. É de fato minha história de vida. A três mil versos de profundidade eu senti, e não mais que isso eu amei. No antes eram dores no corpo pela espera, dor de cabeça, cansaço, suor por toda parte, de várias pessoas ao meu redor. Impaciência, ansiedade, nervosismo. Mas isso foi antes. E depois? Depois agiram como anestésico, eliminando tudo, e deixando em mim apenas o orgulho de estar onde estava, de ser de onde era, do lado de quem quisera. Não há mais palavras para explicar, nem imensuráveis descrições para serem feitas. Apenas foi, apenas será, e estará dentro de mim aquele momento só meu. SÓ NOSSO. (Uh! Terror Los Hermanos em Salvador).

Foto: Jackie Brito