27 de março de 2011

Hoje é dia de utopia


Dois anos depois e olha só nós aqui. Eu e você, você e eu. Nós 5 juntinhos.
Andei meio atrasada para postar minhas felicitações. Afinal o que não tem faltado nesses últimos dias são os movimentos inversos mentais pela total falta de gravidade no consciente. Então. Este ano foi tão, mas tão... Como é o nome mesmo? Pois é, foi assim. Conturbado. A ponto de atingir a minha memória de elefante em cheio. Ora bolas, que paradoxo não?! Hoje eu não vim aqui falar de dor, nem de tristezas e muito menos de decepções. Lógico que não vou manchar a tradição do blog assim sem mais nem menos. Pois bem. Hoje eu queimei a ponta do meu dedo médio no óleo quente (isso é o que dá inventar de cozinhar). Vou falar da dor que senti no dedo. Queimou, queimou, queimou e queimou claro, o óleo era quente. Eu podia ir correndo lavar em água fria. Ou então gritar feito louca histérica por causa daqueles respingos. Mas ao invés disso eu pensei entre eu e mim... E aquelas histórias de pessoas que maltratam os animais jogando em óleo quente, se eu com uma gotinha de nada no meu dedo médio senti o que senti. Imagine eles que são mergulhados em panelas enormes de óleo só pra satisfazer o prazer de algum psicopata (diga-se de passagem)? Meu Deus. Que dor insuportável eles devem sentir! Sentei na cadeira e pensei, pensei e pensei. Acabei deixando os bolinhos queimarem, ou melhor, torrarem, fica mais sincero dizer assim. Por alguns segundos da minha noite chuvosa senti por eles. Uma besteira minha pensar nisso numa hora dessas. Que pessoa em sã consciência ia pensar em animais que são mergulhados e maltratados enquanto sente uma dor física? É claro, o elfo que vive no planeta terra sim. Um alien sem evolução, achando que tudo é sentimento e razão. E foi assim que eu passei esse ano de utopias menos óbvias do que parecem ser. Foi um ano de aprendizado claro. Um ano em que eu me abismei diante da inconsciência humana. Um ano onde cobrar direitos é ser revolucionário. Um ano pensando em estratégias de fazer mudar a mente de algumas pessoas. Um ano tentando fazer com que cegos possam enxergar o que se vê na frente. Um ano tentando fazer analfabetos aprenderem a ler. Um ano vendo múmias mortas diante da sociedade não alternativa. Mais um ano de vida do blog. Algumas pessoas fazem retrospectiva do ano no final do próprio ou em seus aniversários. Eu faço esse tipo de coisa no dia das UtopiasÓbvias. É que eu me vejo nascendo na criação dele. Não sei, mas me apeguei a essa página escura de um jeito que não dá pra explicar. Mesmo não tendo nada pra escrever, ou nada a ser sentido naquele momento, rever textos me faz voltar no tempo feito máquina. É bom ver onde estou e onde eu já estive. Tudo que aqui escrito, foi vivido por mim. Foi sentido por mim. Essa é a parte negra do meu coração, é a melhor parte. A escola da vida real criada por mim mesma. E ao contrário do que eu sempre faço por várias vezes, hoje não mais que ontem, eu não vou agradecer a ninguém. Hoje eu vou parabenizar a todos vocês. Que lêem, que comentam, que me param em algum lugar pra falar dele. A você que por algum momento pensou: - Essa menina tem um parafuso a menos. Ou então: - Ela deve ter depressão, ou então deve esta louca mesmo. Vocês, todos vocês fizeram com que eu seguisse em frente, não com o blog, mas com minha própria vida. Parabenizar aos tropeços que o destino me deu, aos anjos que caíram do céu só para me acalmar. A essas pessoas que são poucas mas que tem um valor inestimável. Aos elfos, aliens, almas, anônimos. De coração aberto, de verdade. Parabéns a vocês. Parabéns UtopiaObvia.


Depois de ter vivido o óbvio utópico ♪

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