29 de outubro de 2010

É verdade. É a pura verdade.




Jovens, sem nenhuma utopia, caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas sem nenhuma luz, sem nenhuma luz de Fernando Pessoa. Fechados nas sexuais telas da impotência, se masturbam contemplando corpos em decomposição. Norte de minha Fé, onde estavam o beija-flor e o arco-íris na hora do nascimento dessas criaturas? Quantas gotas de flor restam nos corredores dos céus de vossas bocas? Quais fontes clamam por seus nomes? Eu entrando na virtuosa idade e eles entrando em idade nenhuma. Os filhos da morte burra cheiram o branco pó da anemia, esqueceram que um dia tocaram na poesia da transgressão em pleno ventre de suas esquecidas mães. Esqueceram de colar o ouvido ao chão para ouvir as ternas batidas do coração das borboletas. Os filhos da morte burra, jamais levantam uma folha para conhecer o labor dos insetos. Jamais ergueram taças ao luar para brindar a vigorosa lua. Os filhos da morte burra, desconhecem ou nunca ouviram falar em iluminação. Apenas abrem a boca para vomitar.

Edu Planchêz


Um comentário:

  1. É somos frutos de um massacre intelectual forjado em avanços tecnologicos que sugam nossas forças mentais e fisicas!André

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