5 de agosto de 2010

RENTE


Olhe rente aos meus olhos, olhe rente a alma. OLHE!
Possuo alguns defeitos que sustentam todo o meu edifício. É meio complicado ter de cortar algum de mim não? Eu não sei o que pode me sustentar e sinceramente não sei o que pode me destruir. Depois de algum tempo sem permanecer viva prometo que tentarei não pronunciar a palavra "nunca e sempre", de modo que eu posso não conseguir. Pois bem. Jogaram em cima de mim coisas que não pude suportar por tempo determinado. Pediram com os olhos da alma sentimentos que eu não tinha, ou achava que não tinha. Jogaram em cima de mim, medos, coisas travadas, rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Quebrei meu próprio teto de vidro tentando arrumar os tetos alheios. Enxerguei com clareza quem foi por mim. Antes o pensamento era de que as pessoas se repetiam, mas o que de fato se repete são as situações. Aniquilei pessoas, pensamentos, casos, hostórias, vidas. Precisei ouvir gritos para nunca gritar. Mas eu gritei, e nesse dia não mais que em qualquer outro dia, caída, olhei para cima, e aquele que por ironia do destino me chutaria quando estivesse caída, apurou os ouvidos, e não mais fez o que podia. Me ouvio gritar, gritar, e gritar!

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