Eu sinceramente não costumo fazer do blog um “meu querido diário”. Mas eu preciso escrever. E de alguma forma achar um meio de me livrar dessa coisa que eu sinto. Está sendo difícil. Difícil olhar os olhos dessas pessoas com a alma vazia. Difícil não pensar em coisas que de fato me machucam. Eu não acho mais no meu dicionário mental aquelas palavras usadas para enganar a mente de quem lê meus textos. Acho que isso que estou sentindo não permite meu corpo e meu coração a um pensamento mais profundo sobre meus sentimentos. Isso que eu sinto, não é aquela velha e conhecida dor que todos que já passaram por este lugar escuro e com nome de título estranho com certeza já ouviu falar em alguns de meus poucos texto durante a existência do próprio. Eu nunca senti isso na minha vida, mas de uma coisa eu tenho certeza. Não é coisa boa. Não mesmo. Eu não choro. Eu não tenho reações a dor. Ou pelo menos aquela velha dor. Eu simplesmente sinto algo que eu não sei o nome. E então pela primeira vez encontro-me sentimentalmente no meio termo. Logo eu que odeio ficar em cima do muro, olha só onde estou... Hoje eu passei por alguns lugares que fizeram a minha garganta conhecer um nó feito de emoção, eu quase chorei. QUASE! Mas me segurei. E de algum tempo pra cá tem sido assim. Eu estou me segurando para não chorar. Para não gritar. Para não falar verdades, estou me segurando. E com isso sobrevivendo. Acho que essa é a palavra exata a ser dita, SOBREVIVENDO. Quem me conhece sabe qual o tamanho da minha memória. Guardo comigo todos os sorrisos. Todas aquelas palavras meigas e doces que ouvi durante meu tempo de existência. Mas guardo também as gotas das lagrimas que cortaram meu rosto por tantas vezes. E as lâminas que saíram da boca de alguns que dei muito valor. Lembro dos abraços sinceros que dei em cada pessoa que por mim passou, lembro dos meus argumentos ditos a algumas pessoas que se recusaram a acreditar em mim. Lembro de ficar todo o tempo tentando provar quem eu sou de verdade, e quem eu sou de mentira. Lembro de ter desistido das tentativas quase todas falhas. È estranho isso não? Eu tentei provar as pessoas que mais amava e as que eu achava que me amavam também, quem eu realmente era. Irônico isso. Essas pessoas deveriam me conhecer melhor que eu mesma. Lembro de tentar gritando, e de desistir chorando por falta de força. Uma certa vez, numa certa noite eu ouvi uma certa voz. Ela sussurrou ao meu ouvido e em seguida olhou nos meus olhos. Estava escuro e não dava pra enxergar nada, mas eu senti um olhar nos meus olhos. Essa voz era uma voz grossa e ao mesmo tempo falha, essa voz estava sendo cortada por lágrimas em nós não desatados. Essa voz me dizia algo que fincou no meu cerebelo. Aquele desabafo foi a coisa mas linda que a noite proporcionou aos meus ouvidos, aos meus olhos, a minha mente, imaginação, ao meu corpo, a minha pele, as minhas unhas, a raiz do meu cabelo, a minha saliva, minha respiração... Aquela voz por algum tempo me remetia tanta segurança, tanta vontade de... de... bem, eu não sei. Talvez de gritar pela alegria. Talvez de chorar de alegria. Ou simplesmente ficar em silêncio. Só ouvindo, só sentindo. Bons tempos aqueles em que meu blog andava às moscas. Acabo de ouvir essa voz novamente. E... Não sei de novo. Mas... Um novo nó na garganta foi feito. Esse nó tem um gosto de raiva. Tem um gosto de decepção. De indignação. Como pode Deus? Essa voz que me fazia ver o paraíso, me levar ao inferno com uma nota de tom vocal? Como pode isso acontecer assim?! Simplesmente acontece! Finalmente aquelas frases de almas partidas fazem sentido. As coisas ruins, as letras de músicas suicidas matam. O gosto amargo volta. A falta de direção me vem a mente, e então eu choro. Assim, como estou fazendo agora. Chorando, em mais uma tentativa falha de fazer esses sentimentos ruins, estranhos e desconhecidos simplesmente passar pelos meus olhos, e então me livrar disso. Dessa coisa que... Eu não vou culpar ninguém. Não desta vez. Também não vou me culpar. Cansei de ser vítima do destino. Na verdade eu cansei de muitas coisas. Eu só não cansei de sentir. Prefiro sentir coisas boas , claro, mas se for ruim então, que seja. O importante é sentir. Na vida realmente fazemos escolhas. E só agora eu pude por em prática o que eu lia nos livros. Depois de algumas decisões ouvi de algumas pessoas um conselho válido a quem pensa em desistir. É uma pílula de ânimo. Me disseram: “Seja qual for sua decisão, quando chegar o dia de seguir, siga! Siga em frente com a decisão que tomou” Então decidi não olhar para trás. Lembrarei-me claro. Pois nem se eu quisesse me esqueceria. Mas vou seguir de cabeça erguida. Já me levantei uma, duas, três, quatro, mil vezes. E no dia que eu cair e não conseguir mais levantar, todos terão a certeza que estarei morta. E então não haverá mais nada a ser feito. Abri um caminho em minha visão futurista, e acreditem, não esta sendo fácil sentir coisas novas, ainda mais quando essas coisas não são boas. Vou olhar para frente com sangue nos olhos e na alma. Que seja! Estou afim de me testar. Vamos ver até onde eu serei capaz de chegar.
Talvez esse tenha sido o texto mais sincero que eu escrevi até hoje. Sem duplo sentido, sem palavras contraditórias, sem poesias de transgressão. E mesmo que você tenha lido até aqui e entendido tudo que escrevi. Ou simplesmente não me conhece e caiu nesta página escura cheia de coisas estranhas e sem sentido. Mesmo que você não comente. Ou até mesmo que ficou com preguiça e não leu tudo, ou não entendeu nada. Acredite! Você esta me abraçando neste momento. Acolhendo-me com palavras de carinho e superação de algo que eu posso nem ter perdido. Você está sendo um olhar, um calor, um amigo, um irmão. Mesmo que eu nunca te veja. Toque-te. Sinta-te, ou que talvez escute a sua voz. MUITO OBRIGADA. Você esta salvando a minha vida da morte, a minha alma da escuridão, e meu coração do sangramento. É, ta difícil... Muito difícil.... Mas ninguém disse que ia ser fácil.