Hoje eu precisava chorar, nem que fosse por uma hora ou duas,
chorar de soluçar, sem parar, feito criança sozinha em casa de estranho,
cachorro sem osso, pessoas sem chão. Hoje eu precisava deitar na minha cama, ou
teletransportar minha alma com o horizonte sem fim de qualquer lugar, qualquer
lugar que não fosse este aqui. Hoje eu abro mão da solidão acompanhada, hoje eu
quero explodir dinamites. Confundi sentimentos das tripas ao coração. Hoje e
não mais que ontem, desejei arrancar com as poucas unhas que me restam a pele
clara que possuo. Hoje, ontem, agora!
18 de maio de 2012
8 de março de 2012
Soph's
Sophia era desajeitada coitada, sempre atrasada, sempre correndo pobre Sophia. Ela amava sorrir e disse isso sorrindo. Sophia também amava o horizonte. Sophia era louca coitada de Sophia, não tinha tribo era sozinha. Prendia o cabelo com uma caneta quebrada, usava um batom que assustava, e novamente Sophia atrasada. Mas que Sophia desajeitada. Sophia não agradava em nada, dançava mais uma vez desajeitada. Eita Sophia desastrada. Pobre Sophia que não sente pena de sí. Sophia era louca e sem mérito. Sophia ouvia coisas boas de vez em quando, as vezes um incentivo, as vezes uma ordem mas custava acreditar que aquilo vinha do coração. Sophia amava o frio, e sorria pra chuva no fim de tarde. Nostalgia de Sophia. Sophia não tinha, não via, mas sentia... Novamente Sophia sou eu.
28 de novembro de 2011
Dá de lá bandeira qualquer
23 de novembro de 2011
Dimensão P.
A vontade de te ter do meu lado é de tamanho tão superior à covardia, que quando olho nos teus olhos brilhantes no meio da madrugada e te abraço encaixando de forma perfeita meu corpo ao teu. O passado simplesmente começa a não existir e minh'alma pré adolescente toma conta de mim. Assim. Recitando poesias de transgressão em meio a noites sem sono.
Adolescente, transgressão, madrugada, insônia. Paixão!
10 de novembro de 2011
Hoje só amanhã
Hoje eu vou sair de casa no meio dessa chuva pra limpar a alma que me habita.
Hoje eu vou dançar ao som do pop rodopiando pelo quarto bagunçado até o anoitecer.
Hoje eu vou me declarar aos que não me suportam. Hoje eu vou fazer, vou fazer acontecer.
Hoje a tarde inteira é minha. A noite inteira é minha e a madrugada nos pertence. Hoje eu vou te prometer olhar dentro dos teus olhos e ouvir o som de minhas músicas favoritas. Hoje eu vou dizer sim as incertezas, e amanhã. Bem, amanhã, eu penso no que vou fazer. Por que hoje. Ah... Hoje eu vou sair dos trilhos e não pertencer a nada. Só a você. Só a você e mais ninguém.
11 de julho de 2011
Eu, coração pele
Bati o portão de casa, liguei o som, deitei na cama e contei 223 segundos. Mas você não veio. E desde então sonhei com você durante todas as noites que dormi pensando em coisas improváveis. Quando meus olhos finalmente encontraram os seus, não pude evitar. Olhei profundo na janela da alma e contei segredos que aquelas brisas permitiram. Colei meu corpo ao teu. Desejei cada molécula de ti só pra mim. Vi estampado nos teus olhos profundos um segredo que envolvia a aventura e a entrega do perigo e do desejo. Nós dois sabíamos que viveríamos esse encontro. Quando seria? Como seria? Bem. A começar pelo esconderijo perfeito, longe das especulações e suposições maliciosas de línguas que apostam na vida alheia. Talvez o som das árvores que naquele momento extasiado não ouviríamos, claro. A meia lua que nos acompanhava sorria de lado se despedindo da madrugada vazia de uma rua cheia de olhos. Não tínhamos colchão, nem conforto e nem requinte. Só nós! A vontade, o desejo, a pele e o coração. Um chão, que apesar da poesia, poderia ser como qualquer outro chão duro e frio, mas esse não, esse denunciaria cada perda de oxigênio, cada sussurro, cada pensamento insano no descontrole de nossos corpos. Nossos lábios eram feito sanguessuga esfomeadas. As mãos que indicam por quais caminhos seguir, o cabelo macio que sem noção quase fora arrancado da nuca. Nos despimos com voracidade e rapidez como se não houvesse tempo a perder. Sentimos a febre um do outro, pêlos arrepiados, o gosto do teu gosto, espasmos, mordendo lábios, ajoelhados como fiéis devotos recebendo a hóstia indo em direção ao inferno particular libertando todos os demônios para um passeio nos jardins divinos, impróprios, proibidos para os não santos. O tempo se perde entre os relógios da cidade. Sinto como se possuísse dois corações, talvez três, talvez mil. Invadi o que não me pertencia, comportando-me como uma violadora, vasculhando cada segredo seu, me aproveitando dessa hipnose feito serpente encantada. -Dispensando a ordem poética-. Por que agora é o primitivo, o condenável, o que os outros não tem coragem de levar adiante por medo do pecado e do julgamento de Deus. Entre nós, o prazer assassinou a culpa com uma facada de desejo e depois cuspiu o sangue no chão. Agora estamos em transe. Estamos avançando os limites, derretendo coisas, grudados um ao outro, respirando fora do compasso. Agora e por hora você pertence a mim. Só faz o que eu mandar. É tarde, mas ainda temos algum tempo para destruir esse lugar. Ninguém nos tira daqui!
26 de maio de 2011
Confesso
Confesso que eu não sei amar. EU NÃO SEI AMAR! Mas sei gostar demais, cuidar demais, me preocupar demais, tudo em overdose. Encontrei no não a maneira de me defender e me manter forte. Sempre fui assim. Ridícula, esdrúxula, escória, escrava. Nunca rainha, nunca sangue azul, nunca princesa. Confesso que sou um labirinto. Confesso. Me pareço com aquelas cartas gigantes, chatas, cheia de erros, muito complicadas. Confesso que desconfio de cada olhar, cada lágrima. Eu vejo tanto sentimento falso que os verdadeiros começam a não fazer sentido. A mediocridade apodreceu de vez todo, e qualquer brilho de qualquer olhar. Confesso que não espero nada do tudo. Não mesmo. Verdades não passam de dúvidas, e mentiras são inacreditavelmente sinceras. Falar verdades em tons de brincadeira pode ser engraçado pra quem ouve. Mas no fundo, - e nem precisa ser tão fundo assim -, é sério, é real, surreal, ideal!
20 de maio de 2011
À flor da pele
A flor da pele eu me descamo em palavras que não sei expressar. Logo eu, apegada a cada letra escrita feito molécula de oxigênio que o coração precisa pra pulsar. Tentei fugir daquele olhar, que secou minhas palavras. Por que se antes tudo parecia assunto agora o toque é apreciação. Procurei no dicionário da vida um nome pra definir o que eu estava sentindo. Não achei. Está em falta nomes que caracterizam sentimentos. Pois nem todo sentimento bom é amor. E nem todo sentimento ruim é ódio. Agora uma história pra dormir. Ou melhor, um sonho que se sonha acordada ainda antes de dormir. Era uma vez um sonho. Era um sonho amarelado, amarelado pelo tapete amarelo, pela luz das velas amarelas, era o escuro da noite, o reflexo da lua e o vermelho do vinho. O vermelho do sangue de quem se entregava pelo olhar, pelo hálito quente que sussurrava uma palavra perdida no vermelho, no calor, no delírio. Um dia esse sonho virou realidade, e naquele exato momento eu não pude mais conter as palavras que viriam sair de mim desde então. Aquele olhar em mais uma tentativa de sucesso, secou meu vocabulário, e se não me engano eu falei tudo que tinha pra falar... Ando tão desnorteada que nem me lembro pra onde olhei. Era tanta pele, era tanta boca, tanto sorriso que eu me perdi num paraíso que só eu conseguia ver. Deste momento eu só me lembro mesmo que foi dito. O que foi dito e se foi compreendido? Bem, eu não sei. Ando tão a flor da pele que tento distrair o coração com a respiração, mal sabendo ele que estou prestando atenção até mesmo pra respirar. Ah emoção, porque tu não te casas com a razão?
15 de abril de 2011
Nossos corpos não conseguem ter paz
Não me lembro de muita coisa. Mas me lembro da noite com nuvens negras e sem luar. Me lembro da dança e da música. Me lembro de fazer o que eu queria, embora não estivesse em meu estado normal. Não me lembro de muita coisa. Mas lembro de ter desafiado a lei da física, pois naquele exato momento consegui sentir dois corpos ocupando o mesmo espaço. Tudo se misturou. Emoções, calefações, agitações e quando me vi estava perdida no meio do desconhecido daquele momento. Ainda não sei se foi bom, mas sei que foi marcante. Tatuagem. Tatuagem mental mal cicatrizada. Foram dentes, pele, boca, perfumes, foram abraços. Me lembro do calor dos beijos que me queimaram. Dos olhos meigos na face rígida de um homem. Olhos que ilegais se entregaram. E então, chego a um ponto do texto em que a poesia não permite a escrita e meu vocabulário não alcança tal emoção. Me lembro de sair por ai a procura da água e encontrar fogo. Procurar distração e encontrar atração. Não me lembro de muita coisa. Mas seria incapaz de esquecer tudo. Meu coração é vagabundo e não consegue repousar por muito tempo. Logo vem as emoções estonteantes de um momento e ai já era. È difícil, mas eu gosto dessa turbulência, dessa agitação sem fim, é um sinal de que não estou morta, e que há muito mais pra viver e conhecer do que imagino. Amém.
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